
Prevalência da esclerodermia localizada em um serviço de referência em dermatologia do Estado do Ceará
Author(s) -
Thaís Campelo Bedê Vale,
L. de M. Barros,
Matheus Eugênio de Sousa Lima,
Mariana Rocha Maia,
Maria Araci de Andrade Pontes
Publication year - 2020
Publication title -
revista de medicina
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 1679-9836
pISSN - 0034-8554
DOI - 10.11606/issn.1679-9836.v99i6p568-572
Subject(s) - humanities , medicine , philosophy
Introdução: A esclerodermia abrange amplo espectro de manifestações clínicas, sendo subdividida em forma localizada e sistêmica. A forma localizada, com acometimento exclusivamente cutâneo e de tecidos circunvizinhos, apresenta fisiopatologia e epidemiologia parcialmente conhecidas pela comunidade científica, com a maioria dos estudos epidemiológicos se concentrando na forma generalizada e extrapolando seus resultados para a outra forma. Este estudo tem o intuito de esclarecer a epidemiologia da esclerodermia localizada no estado do Ceará, visando compreender seus fatores de risco na população brasileira. Trata-se do primeiro estudo epidemiológico brasileiro acerca da esclerodermia localizada. Metodologia: Delineou-se um estudo retrospectivo quantitativo, no qual foram analisados todos os registros das consultas médicas realizadas no Centro de Referência em Dermatologia Dona Libânia (CDERM), Fortaleza, Ceará, em 2015, através das variáveis: nome, sexo, idade, data da consulta, número do prontuário, diagnóstico presuntivo ou confirmado e a frequência do paciente no CDERM. Resultados: Dos 19.576 pacientes analisados, 124 pacientes foram diagnosticados com esclerodermia localizada, representando uma incidência aproximada de 0,62% no serviço. Dentre estes pacientes, 96 (77,42%) eram do sexo feminino e 28 (22,58%) do sexo masculino. A idade média dos pacientes foi de 29,7 anos. Discussão: A prevalência e distribuição por sexo obedeceram às tendências mundiais relatadas em outros trabalhos. Entretanto, constatou-se elevada prevalência de diagnóstico no sexo feminino na faixa etária pediátrica, o que contrasta com dados na literatura que afirmam que as diferenças na distribuição de gênero começam a existir no início da adolescência. Esta diferença pode dever-se a fatores culturais, subdiagnóstico na população masculina ou uma tendência regional na epidemiologia da esclerodermia localizada. Conclusão: Este estudo corresponde ao primeiro estudo epidemiológico brasileiro acerca da esclerodermia localizada, sendo necessários estudos mais amplos e multicêntricos que permitam entender melhor a doença na nossa população e, assim, possam servir de base para futuras ações assistenciais.