
Hiperidrose do sono associada à apneia obstrutiva do sono em paciente portadora de lúpus eritematoso sistêmico: relato de caso
Author(s) -
Farley Carvalho Araújo,
Fabiana Souza Máximo Pereira,
Tainá Giovanna Batista Brandes
Publication year - 2021
Publication title -
revista de medicina
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 1679-9836
pISSN - 0034-8554
DOI - 10.11606/issn.1679-9836.v100i3p294-298
Subject(s) - medicine , humanities , gynecology , art
Trata-se de uma paciente de 81 anos encaminhada ao reumatologista em função de sudorese noturna intensa há 04 meses associada a despertares noturnos, assim como sono não restaurador, fadiga e sonolência excessiva diurna, hiporexia e perda ponderal importante (09 quilos no período referido) além de positividade do FAN. Em consulta, levando-se em conta as principais hipóteses diagnósticas de hiperidrose noturna e síndrome da apneia obstrutiva do sono, foram solicitados exames para exclusão de causas mais graves, como linfoma, tuberculose e feocromocitoma. Ademais, foi solicitada polissonografia que evidenciou aumento severo do índice de apneia-hipopneia às custas de eventos obstrutivos (IAH = 45,2 eventos/hora), índice de despertares aumentado (Índice de despertar = 27,9/hora) e dessaturação da oxi-hemoglobina associada aos eventos respiratórios com saturação mínima de 84% e presença de roncos, por conseguinte compatível com síndrome da apneia obstrutiva do sono de grau grave. Outrossim, faz-se importante ressaltar que durante consultas posteriores a paciente também foi identificada como portadora de Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES). Correlaciona-se, portanto, a hiperidrose noturna, condição clínica caracterizada pela produção exacerbada e desregulada do suor que interfere na qualidade do sono, com a síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS), responsável, quando não tratada, por um aumento da atividade simpática que afeta o sono e o despertar, em um ciclo retroalimentativo. A primeira condição, pouco discutida no meio médico, tem seu diagnóstico dependente da suspeita clínica e do reconhecimento de possíveis causas secundárias. A proposta de tratamento para a paciente foi a terapia com pressão positiva, além de medidas conservadoras. O tratamento para o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) também foi instituído. Em dois meses, a paciente passou a apresentar controle do quadro lúpico e da hiperidrose noturna, assim como dos sintomas noturnos associados ao quadro de SAOS.