
Impacto dos transtornos depressivo e de ansiedade no controle da asma
Author(s) -
Ana Carolina Cunha Rocha,
Ana Luísa Rodrigues da Silveira,
Flávia Cardoso Schaper,
Júnia Rios Garib,
Nillo Akizo Barros
Publication year - 2021
Publication title -
revista de medicina
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 1679-9836
pISSN - 0034-8554
DOI - 10.11606/issn.1679-9836.v100i2p128-134
Subject(s) - medicine , anxiety , humanities , psychiatry , philosophy
A asma é uma doença prevalente nos ambulatórios e consultórios de Pneumologia, atingindo faixas etárias variadas. O controle da doença visa melhorar a qualidade de vida do portador e evitar complicações, sendo feito através do uso de medicações anti-inflamatórias e broncodilatadoras e do controle de fatores ambientais, possíveis gatilhos das crises. No entanto, pouco se fala a respeito da influência das condições psicológicas sobre esse controle. O transtorno de ansiedade e o transtorno depressivo são muito prevalentes na atualidade e existem diversas evidências de que exercem forte influência no controle da asma. Com o objetivo de avaliar a prevalência de sintomas depressivos e de ansiedade em pacientes portadores de asma e analisar o impacto destes no controle da doença, foi realizado um estudo transversal, observacional, descritivo no período de abril de 2019 a março de 2020 envolvendo asmáticos atendidos no ambulatório de Pneumologia da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais, em Belo Horizonte (MG). Participaram do estudo 40 pacientes, que responderam a dois questionários validados (HADS - Hospital Anxiety and Depression Scale e ACT - Asthma Control Test) e dos quais foram coletados dados demográficos e espirométricos. Os resultados mostraram a existência de associação entre o controle da asma e os transtornos psiquiátricos. A prevalência de transtornos de ansiedade e/ou depressão na totalidade da amostra foi de 75%, sendo o de ansiedade o mais prevalente. Entre os portadores de asma não controlada, os transtornos estavam presentes em 92%, ao passo que entre aqueles com asma controlada a prevalência foi de 47%. Não houve, no entanto, associação significativa entre idade, sexo, alterações espirométricas e o controle da asma. Ao final do estudo, não foi possível definir claramente a relação causa-consequência entre controle da asma e os transtornos psiquiátricos, apesar da evidente associação encontrada, sendo necessário, portanto, novos estudos para tal.