z-logo
open-access-imgOpen Access
Na sala do teatro, “É de Diadorim que você deve de me chamar”
Author(s) -
Luana Alves dos Santos
Publication year - 2021
Publication title -
cadernos de ética e filosofia política
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2317-806X
pISSN - 1517-0128
DOI - 10.11606/issn.1517-0128.v39i2p266-277
Subject(s) - humanities , philosophy , subjectivity , romance , manifesto , art , literature , epistemology , political science , law
Num primeiro plano, partindo do fato de que Diadorim é uma subjetividade atravessada pelo olhar do outro – ou seja, não se trata de uma subjetividade que narra a si mesma, mas de uma subjetividade cujo “ser” se põe, face a um narrador em primeira pessoa, como “ser-para-outro” – é preciso indagar em que medida a revelação de seu corpo como sendo corpo-de-mulher contribui, na maneira pela qual Riobaldo-narrador tece os fios do passado, para o acorde entre feminino e alteridade. Trata-se, portanto, de investigar o ajuste firmado, no romance de Rosa, entre o feminino e a condição de “Outro absoluto” que lhe é atribuída e sobre a qual discorre Simone de Beauvoir. Num segundo plano, para além do exame sobre o que o romance fala (seus ajustes e pactos), é preciso deslindar o que o romance dissimula. Em outras palavras, mais do que capturar Diadorim em uma identidade de gênero, ainda que provisória – visto que Diadorim parece não performar os padrões de masculinidade impostos por seus pares e daí receber o epíteto de “o delicado”; tampouco Diadorim “torna-se mulher”, mas é, discursivamente, “tornada” mulher, no advento de sua morte – pretendemos demonstrar que o que o romance dissimula é o escândalo, manifesto já no nome “Diadorim”, da desorganização das normas de inteligibilidade de gênero; a essa altura, tomaremos como pressupostos teóricos os estudos de Judith Butler sobre o tema.

The content you want is available to Zendy users.

Already have an account? Click here to sign in.
Having issues? You can contact us here