
Escolas de samba: comunicação e pedagogia a resistência do quilombismo
Author(s) -
Celso Luiz Prudente,
Haroldo Costa
Publication year - 2020
Publication title -
extraprensa
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2236-3467
pISSN - 1519-6895
DOI - 10.11606/extraprensa2020.174392
Subject(s) - humanities , art
O samba no Rio de Janeiro é resultado da organização social dos migrantes nordestinos, fugidos da perseguição a Canudos, no interior da Bahia, que formaram a primeira favela carioca. Constituíram um lumpesinato negro que influenciou a formação do nomo carioca, fundamental para a distinção do “charme” da cidade no turismo, que encontrou na escola de samba sua centralidade. O nascimento negro do carnaval no Egito foi a homenagem à deusa Ísis e ao boi Ápis, consagrados no agradecimento às colheitas abundantes desse grupo sedentário no vale do Rio Nilo, que formou a primeira civilização. Originário no ticumbi e sendo um fenômeno negro, a escola de samba se tornou o paradigma das relações carnavalescas e foi à síntese da africanidade gregária das manifestações culturais do negro e da miscigenação ibero-ásio-afro-ameríndia. Concluímos que o samba-enredo é a oralidade do griot, depositário da cultura da comunidade e o principal veículo de comunicação pedagógica da axiologia dos marginalizados da escola de samba.