ENSINO E CONCEPÇÃO DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Este trabalho é resultado de pesquisa de campo, realizada em duas escolas da rede estadual, no município de Cascavel– PR (Brasil) e teve como objetivo investigar o desenvolvimento do aluno com Deficiência Intelectual, quanto à leitura e escrita, nos anos finais do Ensino Fundamental, sobretudo, lançando nessa investigação um olhar para esse sujeito, contemplando‐o não como produto de uma causalidade biológica, mas em sua totalidade, tal como o é, na concepção de Vygotski (1896‐1934) na perspectiva da Psicologia Histórico‐cultural. Para a pesquisa de campo, selecionaram‐se duas escolas, cujos alunos com Deficiência Intelectual estivessem matriculados nos anos finais do Ensino Fundamental na escola regular. Encontraram‐se 22 alunos nessas condições, os quais foram avaliados pelas suas professoras de Língua Portuguesa, nos quesitos: Autonomia, Desafios com a Língua Portuguesa e Uso Funcional da Língua Portuguesa. Tornou‐se necessário para essa investigação, desvelar: a concepção de Deficiência Intelectual das professoras de Língua Portuguesa nesse contexto escolar, bem como avaliar a apropriação do ensino de Língua Portuguesa por parte dos alunos com Deficiência Intelectual, sobretudo por meio da leitura e da escrita. Para que se chegasse aos dados referentes a essa investigação foram utilizados os seguintes procedimentos: questionário e entrevista para quatro professoras de Língua Portuguesa das duas escolas e um instrumento de avaliação da apropriação do ensino dessa disciplina, para os 22 alunos participantes desta pesquisa. Ao se desvelar essas questões, outros autores foram sendo convidados ao debate, contribuindo para constatar a possibilidade de um ensino para todos, sem restrições ou acréscimos, para este ou aquele grupo social. Trata‐se de uma prática educativa por meio da qual, as pessoas com ou sem deficiências se apropriem do legado cultural, a saber, do conhecimento sistematizado ofertado na escola. O ensino que rompe com as restrições ao ser ofertado aparece nesse trabalho nas contribuições de autores como: Karl Marx, Dermeval Saviani e Newton Duarte. Constatou‐se com a pesquisa que, embora haja limites, os alunos com Deficiência Intelectual estão se apropriando do ensino de Língua Portuguesa e as suas apropriações aparecem, quando se expressam por meio da leitura e da escrita.