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A INCLUSÃO DO SURDO NO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
Author(s) -
Santana Ana Paula
Publication year - 2016
Publication title -
journal of research in special educational needs
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.543
H-Index - 27
ISSN - 1471-3802
DOI - 10.1111/1471-3802.12128
Subject(s) - humanities , psychology , philosophy
No Brasil, o Programa de Acessibilidade na Educação Superior propõe ações que garantam vo acesso pleno de pessoas com deficiência às universidades. Nesse sentido, as políticas de Educação Especial no Brasil buscam assegurar a inclusão de todos os alunos nas instituições educacionais, em todos os níveis de ensino. Com relação especificamente à surdez, temos em 2013 um total de 29.034 alunos matriculados com alguma deficiência no ensino superior: 1.488 alunos surdos (5,13% do total), 7.037 deficientes auditivos (24,24% do total) e 151 alunos surdo‐cegos (0,52% do total). A questão que se coloca é se esses alunos estão efetivamente incluídos na educação superior. Ainda há barreiras que dificultam sua permanência? discutir as condições de permanência dos universitários surdos a partir da visão de estudantes e professores. entrevistas com seis surdos, sendo três do curso de Letras/Libras e três de outros cursos e seis professores universitários. As entrevistas eram semi‐estruturadas e questionavam o processo de inclusão dos alunos surdos na universidade. Os alunos surdos apontam dificuldades relacionadas à didática dos professores, dificuldade de produção e interpretação textual de gêneros secundários, falta de intérpretes. Ou seja, eles não se sentem capazes de atender a demanda de letramento que se espera dos universitários. Os alunos do curso de Letras/Libras apresentam uma outra realidade, considerando que as aulas e avaliações são todas em Língua Brasileira de Sinais. Contudo, isso não impede que esses surdos tenham dificuldade na leitura de textos em português escrito. Acrescente‐se que os alunos referem que os professores não estão preparados para terem alunos surdos. De seu lado, os professores afirmam que estão preparados para receberem alunos surdos em sala de aula, embora esses mesmos professores nunca tenham tido nenhuma formação específica sobre surdez. Vemos que, apesar de termos leis que garantam a acessibilidade dos deficientes no ensino superior, há uma distância entre a teoria e a prática. Acredita‐se, contudo, que essa distância é devido à entrada ainda recente dos surdos na universidade. Os professores precisam de formação sobre como lidar com essa nova realidade da universidade e os alunos precisam de maiores ações para que possam solucionar suas dificuldades. Só a partir dessas mudanças poderemos alcançar uma inclusão realmente efetiva na universidade.

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