
Padrão terapêutico numa população de diabéticos tipo 2: relação com o tempo de doença e nível de cuidados de saúde
Author(s) -
Maria Joana Santos,
Michael Monteiro,
P. Ricardo Pereira,
Mário Freitas,
Olinda Marques
Publication year - 2014
Publication title -
revista portuguesa de endocrinologia, diabetes e metabolismo
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2183-9514
pISSN - 1646-3439
DOI - 10.1016/j.rpedm.2014.02.001
Subject(s) - medicine , gynecology
ResumoIntroduçãoA diabetes mellitus tipo 2 (DM2) exige alterações terapêuticas constantes e cuidados de saúde diferenciados ao longo da sua evolução.Objetivocaracterizar uma população de DM2 internados quanto ao tempo de evolução, seguimento médico, tratamento, HbA1c, motivo e tempo de internamento.Materiais e métodosEstudo transversal baseado nos processos clínicos dos doentes com DM2 internados no Serviço de Medicina Interna do Hospital de Braga, entre 3 de junho e 11 de novembro de 2011. Variáveis estudadas: idade, sexo, tempo e motivo de internamento, nível de cuidados de saúde, tempo de evolução, HbA1c, tratamento. Considerou‐se um nível de significância de 5%.ResultadosIdentificaram‐se 286 internamentos de doentes com DM2 (27,1%), obtendo‐se dados em 179 doentes. Idade mediana de 78,0 anos; 53,6% mulheres; tempo de internamento 9,0 dias; tempo de evolução da DM2: 21,8% (<5 anos) e 24,6% (>20 anos); 71,5% vigiados nos cuidados de saúde primários (CSP), 22,9% nos secundários (CSS); 66,5% medicados com ADO, 12,3% com ADO e insulina e 16,8% apenas com insulina; HbA1c mediana de 6,8%. Os doentes com maior tempo de evolução apresentaram pior controlo metabólico (p=0,006) e maior taxa de insulinização (p=0,001). Relativamente aos CSP, os doentes dos CSS tinham idade inferior (p=0,001), maior tempo de evolução (p<0,001), maior taxa de insulinização (p<0,001) e pior controlo metabólico (p=0,031).ConclusãoA população estudada era envelhecida, seguida predominantemente nos CSP, com baixa percentagem de insulinização, mas com bom controlo metabólico. Encontraram‐se diferenças entre os doentes dos CSP e CSS, decorrentes da natural evolução da doença.AbstractIntroductionType 2 diabetes (DM2) demands constant therapeutic adjustments and specialized healthcare.Aimsto analyse an inpatient population of type 2 diabetics regarding duration of disease, healthcare, therapy, HbA1c, cause and duration of hospital stay.Materials and methodsCross‐sectional study based on the clinical files of the type 2 diabetic patients admitted to the Internal Medicine department of Hospital de Braga from 3.6.2011 to 11.11.2011. Included variables: age, gender, cause and duration of hospital stay, type of health care, duration of disease, HbA1c and drug therapy.ResultsWe identified 286 hospitalizations of type 2 diabetic patients (27.1%) and had access to complete data in 179 patients. Their median age was 78.0 years; 53.6% were female; duration of hospital stay was 9.0 days; duration of diabetes: 21.8% (<5 years) and 24,.6% (>20 years); 71.5% were treated in primary care and 22.9% in hospital care; 66.5% were treated with oral drugs, 12.3% with oral drugs and insulin and 16.8% only with insulin. Median HbA1c was 6.8%. Patients with longer duration of disease had worse metabolic control (p=0.006) and were more insulinized (p=0.001). Patients treated in hospital care were younger (p=0.001), more insulinized (p<0.001), had longer duration of disease (p<0.001) and worse metabolic control (p=0.031) than primary care patients.ConclusionOur study population was very old, mainly treated in primary care, had low insulinization levels, but a good metabolic control. We found differences between patients followed in primary and hospital care that were related to the natural course of disease