
Tecidos nativos na correção de defeitos de compartimento – casuística de 5 anos
Author(s) -
Patrícia Riddell Millar Goulart,
Ana Regalo,
Luís Canelas,
A. Teixeira,
Ângela Cristina Bueno Vieira,
Vı́tor Salvador Picão Gonçalves
Publication year - 2015
Publication title -
acta urológica portuguesa
Language(s) - English
Resource type - Journals
eISSN - 2387-0419
pISSN - 2341-4022
DOI - 10.1016/j.acup.2015.07.001
Subject(s) - political science
ResumoIntrodução/objetivosAtualmente, o uso de próteses na cirurgia de prolapso dos órgãos pélvicos tem aumentado em detrimento das correções baseadas em tecidos nativos, essencialmente pela elevada taxa de falência atribuída a estes. Os objetivos do estudo foram analisar os resultados obtidos no tratamento cirúrgico dos defeitos anterior e posterior da vagina com tecidos nativos e avaliar a taxa de sucesso.MétodosEstudo retrospetivo das 418 cirurgias vaginais para correção de defeitos dos compartimentos anterior e posterior com recurso a tecidos nativos, realizadas no departamento de uroginecologia, de janeiro 2008 a dezembro 2012.ResultadosNa nossa amostra a idade média era de 64 anos, com 90% das doentes em menopausa; 48,1% das mulheres foram histerectomizadas, 78,2% foram submetidas a colporrafia anterior e 72,7% a colporrafia posterior. A correção do defeito paravaginal anterior realizou‐se em 32,5% das cirurgias e a do posterior em 25,4%. O enterocelo foi corrigido em 68,1% dos casos. A taxa de complicações intra e pós‐operatórias foi de 5%. Das 347 doentes avaliadas na consulta pós‐operatória, foi dada alta a 91,6%. Sete foram posteriormente readmitidas (2,2%). Mantiveram‐se em vigilância 29 mulheres, maioritariamente por prolapso recidivante, que agravou após um ano de seguimento. Foram reintervencionadas no total 18 mulheres, das quais 13 por recidiva (3,7%). Assim, a taxa de sucesso anatómica foi de 80%. Se forem adicionados os casos assintomáticos, em que não se obteve cura anatómica, eleva‐se essa taxa para 94%.Discussão/conclusãoA taxa de sucesso da correção de defeitos de compartimento do nosso departamento está de acordo com a descrita na literatura, com taxas de complicações e reintervenções inferiores.AbstractOverview and AimsCurrently, the use of mesh in surgery for pelvic organ prolapse has increased, mainly due to the high anatomic failure rate of native tissues repair. The objectives of this study were to analyze the results obtained in the surgical treatment of anterior and posterior defects with native tissues and assess the success rate.MethodsRetrospective study of 418 vaginal surgeries to repair defects in the anterior and posterior compartments using native tissues, performed in the Department of Urogynecology, from January 2008 to December 2012.ResultsIn our sample, mean age was 64 years, with 90% of patients in menopause. 48.1% of women was hysterectomized, 78.2% were submitted to anterior colporrhaphy and 72.7% to posterior colporrhaphy. The correction of anterior paravaginal defect occurred in 32.5% of the surgeries and the posterior in 25.4%. Enterocele was repaired in 68.1% of cases. The intra‐operative and postoperative complications rate was 5%. Of the 347 patients evaluated in the postoperative period, 91.6% was discharged. Seven were later readmitted (2.2%). 29 women were kept in surveillance, mostly for recurrent prolapse, which worsened after a year of follow‐up. A total of 18 women was re‐operated, 13 for recurrence (3.7%). Therefore, the anatomic success rate was 80%. After adding the asymptomatic cases, in which anatomic cure was not achieve, the rate rose to 94%.Discussion/ConclusionsThe compartment defects correction rate of success, in our department, is in accordance with that described in the literature, with lower rates of complications and re‐interventions