
Entre o eu e o outro eu em Judas-Asvero: a catarse do seringueiro
Author(s) -
Adriana Alves de Lima
Publication year - 2021
Publication title -
núcleo do conhecimento
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2448-0959
DOI - 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/letras/catarse-do-seringueiro
Subject(s) - humanities , philosophy , art
O presente artigo tem por escopo realizar um estudo acerca da ressignificação da catarse da alma humana através do olhar do seringueiro, no ensaio Judas-Asvero, de Euclides da Cunha. Essa reflexão tem por objetivo compreender como se dá o processo catártico que promove a dualidade da alma do seringueiro, purificando a alma desse sujeito, lançando a parte amaldiçoada para o Outro eu, o boneco de palha criado a sua imagem e semelhança. O método científico adotado foi o hipotético-dedutivo, delineando os aspectos miméticos presente na representação do seringueiro no boneco de Judas, assim como o levantamento das teorias acerca da catarse humana, articulando o desejo incontestável do seringueiro de liberdade e punição. No decorrer da análise, constatou-se que o seringueiro tem necessidade de purificar-se, na tentativa de se libertar das mazelas e exploração, às quais estava inserido. Malhar o Judas é uma forma de fazer com o boneco aquilo que ele desejava fazer com o colonizador. Assim, o processo catártico da alma se dá no intuito de expurgar seus sentimentos reprimidos, das desventuras amazônicas e superar seus traumas, sua má escolha. Assim, o ensaio Judas-Asvero é o repertório incontestável da superação do Eu sobre o Outro eu, por meio da reconstrução imagética do algoz, o mártir de sua salvação, perante o Criador, durante o Sábado de Aleluia o único instante catártico que os tornam humanos novamente.