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O presente estudo tem por objetivo analisar como se deu o processo de escolarização das crianças sob tutela do Estado, no contexto de Juiz de Fora/MG (1888 -1916). As relações estabelecidas entre os atores da época, bem como a materialização de suas ações, indicaram distintas concepções de infância e diferentes formas de escolarização naquele contexto. A partir da análise das fontes levantadas no Arquivo Municipal de Juiz de Fora, os casos de tutela e curatela do período de (1888-1896), foi possível constatar que havia ainda uma distinção em relação ao tipo de educação oferecida às crianças órfãs, conforme sua origem social. Buscou-se, então, mapear as práticas e os discursos presentes nos documentos para, a partir daí, estabelecer relações entre o contexto local e aspectos do contexto mais amplo, o qual tinha a civilização da sociedade e, em especial, das crianças, por meio da escolarização, como um projeto da modernidade (BOTO, 2003; GREIVE, 2019; FARIA FILHO, 2000). A análise dos discursos normativos e das práticas educacionais tomou como base os debates teóricos e metodológicos acerca da cultura e da forma escolar (FELGUEIRAS, 2010; VIDAL, 2010; VINCENT, 1994; JULIA, 2001 e CHARTIER, 2009), indicando modelos de educação distintos para as crianças órfãs, conforme sua classe social, bem como apontamentos sobre seu cotidiano.

A criança e o menor: a escolarização das crianças sob tutela do Estado, em Juiz de Fora/MG(1888-1916)