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Neste artigo, busco examinar as configurações do trabalho dos músicos e das musicistas no Brasil atual à luz da nova morfologia do trabalho (ANTUNES, 2008). Reflito sobre este tema considerando a precarização do trabalho, aspectos do empreendedorismo e os possíveis efeitos da pandemia da Covid-19 sobre a vida laboral desses(as) trabalhadores(as), a partir de uma pesquisa bibliográfica e documental que dirigiu especial atenção ao contexto de Curitiba e região. Tais efeitos, considerados em suas dinâmicas de luto e resiliência entre a vida “de dentro” e “de fora” do trabalho na pandemia, evidenciam as sérias adversidades vividas por esses indivíduos, mas também as inúmeras mobilizações desenvolvidas por meio de suas redes de cooperação (BECKER, 2010). Estas redes tanto têm provido ajuda mútua quanto se mostram como espaços privilegiados para a construção de outras perspectivas sobre o mundo do trabalho da música e suas transformações. Por fim, analiso as configurações do trabalho musical no país como elementos-chave para a compreensão da desproteção social vivida por esses(as) trabalhadores(as) na pandemia da Covid-19.

As configurações do trabalho musical e a pandemia da Covid-19: precarização, luto, resiliência e redes de cooperação