Entre recortes, montagens e costuras: o mundo imaginado é um mosaico

Meu principal objetivo nesse texto é discutir, tendo em vista os ensaios de Vilém Flusser sobre a reprodução da imagens técnicas e o futuro incerto da escrita, como os sistemas de reprodução linguística, em suas diferentes proposições, parecem apresentar um denominador comum, organizado em torno dos seus processos de materialização. Trato nesse caso desses processos não apenas consoante à intersecção de diferentes sistemas de linguagem, como é o caso do uso de estruturas visuais e pictográficas, dos caracteres verbais, da composição fílmica, entre outros. Trato também da peculiaridade compositiva desses rearranjos, organizados a partir de unidades estruturais em diferentes narrativas discursivas que também modificam-se pela própria evolução, reorganização e sobreposição de tais processos inscricionais. Para tanto, discuto a ideia desse complexo mosaico em confecção, consoante à ação criativa dos seus respectivos bricoleurs, ao fazer um paralelo entre as unidades estruturais dos códigos linguísticos com as unidades referentes aos códigos fílmicos, caso ilustrado aqui pela análise do vídeo educativo American Thrift como matéria-prima do videoclipe Cirrus.