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A Declaração de Iguaçu, assinada a cerca de 35 anos pelos, então, presidentes José Sarney e Raúl Alfonsin fora um ponto de virada nas relações entre Brasil e Argentina, ao mesmo tempo que representara a pedra angular do que viria a ser o Mercado Comum do Sul (Mercosul). Todavia, em um contexto recente, as relações entre esses Estados, e a própria perspectiva do bloco mercosulino, parecem distantes do ímpeto de integração que estivera presente em Foz do Iguaçu. O artigo objetiva discorrer sobre o futuro do Mercosul a partir de uma análise conjuntural dos governos de Bolsonaro e Fernández. Para atingir o objetivo, a primeira seção apresenta um breve contexto histórico das relações entre o Brasil e a Argentina, bem como do próprio processo mercosulino, utilizando-se dos três momentos definidores das relações bilaterais dados por Candeas (2010). A segunda seção apresenta a Teoria da Dependência, ao mesmo tempo que se discute as dificuldades do processo mercosulino de se consolidar, aproveitando-se das bases desenvolvidas pela Teoria dos Ciclos Decisionais Induzidos por Crises, de Schmitter (1970). A terceira seção desenvolve os cenários prospectivos do Mercosul diante de uma liderança brasileira e, de igual forma, a partir de uma liderança argentina, ponderando a vertente concisa de Bolsonaro e a vertente conciliatória de Fernández. A pesquisa conduzida possui caráter qualitativo, exploratório, bibliográfico e prospectivo, a fim de sustentar a problemática desenvolvida, com o apoio de notícias, documentos oficiais, artigos científicos e de literatura especializada para embasar as análises e cenários desenvolvidos.

O Futuro do Mercosul: Uma análise conjuntural a partir dos governos de Bolsonaro e Fernández