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A produção de alimentos para o próprio consumo integra de forma recorrente as estratégias de reprodução social das famílias agricultoras, o que contribui para a segurança alimentar e nutricional, a qualidade de vida e a ampliação da renda. O avanço das formas de agricultura engendradas pelos impérios alimentares têm impulsionado a expansão da produção comercial especializada, tensionado a produção para o autoconsumo. O presente estudo tem por objetivo mensurar o valor da produção agropecuária para venda e autoconsumo e dos gastos com a compra de alimentos, procurando identificar sua contribuição e seu impacto na renda das famílias agricultoras. Através de estudo de caso, realizado junto a famílias assentadas no Baixo Sul da Bahia, evidenciou-se que a produção para o autoconsumo é prática recorrente e contribui de forma expressiva na renda das mesmas, estando baseada no cultivo diversificado de vegetais e com escassa presença de produção animal. Já a produção agropecuária de caráter comercial mostrou-se pouco diversificada e altamente dependente do cultivo de cacau. A compra de alimentos é bastante intensa e compromete parte considerável da renda das famílias, destacando-se a aquisição de itens de origem animal e ultraprocessados.

Produção para o autoconsumo e compra de alimentos no Sul da Bahia: o caso do assentamento Bom Jesus