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A partir de um estudo etnográfico desenvolvido em Coimbra, Portugal, durante os anos 2013 a 2017, que teve como sujeitos as relações estabelecidas entre pessoas idosas e seus territórios de vivência e maior permanência e frequência, este artigo propõe uma reflexão acerca do cuidado. Historicamente, o cuidado tem pontuado relações fortemente hierárquicas, envolvendo vulnerabilidades e desigualdades sociais, econômicas, etárias e de gênero. Esta hierarquização tende a fragilizar os sujeitos que, dependendo da relação estabelecida, encontram-se na posição de quem é cuidado ou, inversamente, de quem cuida. Por outro lado, as abordagens acadêmicas a respeito do cuidado têm privilegiado as questões relativas ao trabalho, nomeadamente ao trabalho doméstico e à prestação de serviços educativos, de saúde ou estéticos. As reflexões aqui sugeridas pretendem aprofundar a temática do cuidado enquanto ethose práxispossíveis e necessárias, que atravessam as relações sociais e que tenham como ponto originário, dialético e de encontro os territórios de proximidade.

Territórios de cuidado: reflexões sobre ética e a prática do cuidado na velhice.