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The aim of this study was to identify and understand the view of undergraduate students on the competencies and skills necessary for the development of computational environments, through digital transformation. Theoretical studies on the research topic were carried out. A questionnaire was also applied to students of the Computer Science course at a university in Rio Grande do Sul. From the results found, it is highlighted that students recognize the “communication” competence as being essential for teamwork. Collective and continuous learning, as well as environments that promote the generation and discussion of ideas, also stood out. Resumo. O objetivo deste estudo foi identificar e compreender a visão de acadêmicos de curso de graduação sobre as competências e habilidades necessárias para o desenvolvimento de ambientes computacionais, mediante a transformação digital. Estudos teóricos sobre o tema de pesquisa foram realizados. Também foi aplicado um questionário junto a estudantes de cursos da área de Computação em uma universidade gaúcha. Dos resultados encontrados destaca-se que os estudantes reconhecem a competência “comunicação” como sendo essencial para trabalho em equipe. O aprendizado coletivo e contínuo, assim como ambientes que promovam a geração e discussão de ideias também se destacam. 1. Introdução Passamos por uma revolução tecnológica, a qual está em estágio emergente, produzindo novos conceitos e definições, os quais devem ser compreendidos. Nesta perspectiva, é fundamental que a educação se recrie em meio ao contexto baseado no compartilhamento imediato de informações. Novas formas de ensinar e aprender devem ser pensadas, as quais atendam as demandas de nível micro e macrossocial. Em paralelo, a formação de trabalhadores deve estar voltada para o desenvolvimento de competências interdisciplinares, com foco na ampliação de capacidades para resolução de problemas. Desta forma, as organizações passam a reestruturar a dinâmica do trabalho e suas condições de execução, no qual a tecnologia é direcionada como possibilidade para resolução de problemas (Leduc e Ponge, 2018). Via de regra, o presente movimento dá origem a produtos inteligente e conectados, trazendo também desafios em diferentes níveis (Sánchez, 2017), fomentando a ascensão de um novo modelo de negócio. O impacto desta revolução reflete nas profissões e no mercado de trabalho, logo, o desenvolvimento de competências interpessoais e relacionais é imprescindível. Desta forma, surgem novas demandas, relacionadas à produção de conhecimento e desenvolvimento de habilidades dos colaboradores (Freddi, 2018). Van Dalen, Henkens e Schippers (2010) descreven duas categorias de competências, sendo elas: hard skills e soft skills. As hard skills estão relacionadas à capacidade adquirida através do estudo teórico ou prático, podendo ser relacionada com capacidade mental e física de lidar com a carga de trabalho. Já as soft skills referem-se às competências comportamentais e pessoais, englobando as habilidades sociais de confiabilidade e compromisso. A presente pesquisa foi realizada no ano de 2019 junto aos acadêmicos das disciplinas de Inteligência Artificial Avançada e Pesquisa Aplicada dos cursos de Ciência da Computação e Engenharia de Computação e Inteligência Artificial Aplicada à Educação do curso de Computação Licenciatura de uma Universidade situada no Rio Grande do Sul. O objetivo foi identificar e compreender a visão dos acadêmicos de cursos de Computação sobre as competências e habilidades necessárias para o desenvolvimento de um ambiente computacional. O artigo está organizado nas seguintes seções: a seção 2 apresenta a Fundamentacao Teórica dos temas relacionados à pesquisa; a seção 3 descreve a metodologia seguida; a seção 4 apresenta os resultados e discussões; na seção 5 são apresentadas as conclusões da pesquisa. 2. Fundamentação Teórica Comparando-se o modelo conceitual de habilidades e competências com os modelos contemporâneos da inteligência humana, pela ótica da psicometria e psicologia cognitiva, há indicação de que os modelos se referem a dimensões comuns da capacidade humana (Primi et al., 2001). Brandão e Borges-Andrade (2007) indicam que a noção de competência se caracteriza complexa e multifacetada, podendo ser interpretada de diferentes maneiras. Fleury e Fleury (2004) comentam que as competências se manifestam pelos sujeitos e estão relacionadas com seu empenho na realização de tarefas, sendo possível diferenciá-las de duas formas: i) foco nas aptidões, levando em consideração os talentos naturais de cada indivíduo e como eles são aprimorados; e ii) conhecimento, ou seja, habilidades que o sujeito precisa desenvolver para desempenhar determinada tarefa. Competências são caracterizadas por diversas áreas. Dentre elas destacam-se as competências técnicas, as quais são descritas a partir dos conhecimentos específicos sobre a tarefa a ser realizada. As competências acerca dos processos, que se baseiam através dos conhecimentos a partir do processo de trabalho. E as competências sociais, incluindo o “saber ser”, que está interligada à interação social dos indivíduos (Fleury e Fleury, 2004). Já os ambientes virtuais de aprendizagem são sistemas computacionais acessíveis aos usuários, os quais dispõem de mecanismos de interação direcionados ao processo de aprendizado (Frozza et al., 2011). Ribeiro e Moreira (2014) comentam que o sucesso da educação em ambientes online depende não só das condições tecnológicas e sociais mas, também, das condições pedagógicas. Bogo e Martins (2003) revelam que, o uso de agentes inteligentes facilitou a autonomia, comunicabilidade, cooperatividade, promovendo condições pedagógicas na proposta desenvolvida pelos autores, com a formação de um profissional para além das fortes habilidades técnicas e matemáticas. Os autores comentam o uso de novas tecnologias educacionais, como a hipermídia e o ensino a distância, como elementos de uma ecologia cognitiva igualmente necessária e estimulante na formação do engenheiro do século XXI (Timm, Schnaid, Amoretti, 2003). Mas aspectos como a estrutura organizacional e o fator humano podem afetar drasticamente a qualidade de softwares devido à falta de coordenação entre equipes, falta de confiança e falha na comunicação (Herbsleb e Grinter, 1999; Suali et al., 2017). Nesta mesma perspectiva, Bird (2011) demonstra que a qualidade de um software está intimamente relacionada com o alto nível de responsabilidade do desenvolvedor. Além disso, estudos empíricos comprovam que a qualidade e o número de falhas póslançamento estão relacionados com a fragmentação das contribuições entre os desenvolvedores. Neste sentido, é necessário que a equipe mantenha o foco nos objetivos definidos, pois a divisão de contribuições pode afetar a qualidade e eficiência do software (Pinzger, Nagappan e Murphy, 2011). Khan et al. (2017) indicam 22 aspectos considerados como barreiras relacionadas ao processo de melhorias de softwares, sendo eles: profissionais inexperientes; falta de recursos; rotatividade de pessoal; falta ou falha de comunicação; diferenças culturais; falta de apoio organizacional; falta de confiança; distância temporal; falta de conhecimento de melhoria de processos; infraestrutura organizacional deficiente; falta de treinamento; restrição orçamentária; falta de feedback; mudanças organizacionais; conflitos de personalidade; falta de patrocínio; carga de trabalho; falta de metodologia formal de implementação do Software Process Improvement (SPI); política organizacional; falta de ferramentas e padrões de implementação; pressão do tempo e parar na implementação do plano de ação. As competências comportamentais têm representado grande diferencial para o sucesso e fracasso de uma carreira pública ou não e de um negócio próprio (De Souza Cruz e De Moraes, 2013; Capuano, 2015). De Souza Cruz e De Moraes (2013) realizaram um estudo com empreendedores paulistas e indicam que a resiliência é um conhecimento comportamental importante para alcançar o sucesso. Capuano (2015) estudou experiências dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) na adoção de modelos de gestão por competências para o setor público e comenta que, mesmo existindo resistências a este tipo de gestão, conclui que “...a gestão por competências constitui um verdadeiro “estilo de vida” de uma organização que planeja sua força de trabalho, recruta e seleciona talentos, avalia o desempenho individual, reconhece, promove, remunera e substitui seus executivos, gerentes e colaboradores com base em competências”. 3. Metodologia A pesquisa foi de âmbito qualitativo, para que se possa avaliar as respostas obtidas de forma qualificada. “Na pesquisa qualitativa, diferentemente da quantitativa, o pesquisador busca compreender os fenômenos observando-os, interpretando-os e descrevendo-os” (Mello et al., 2012, p. 1). A abordagem foi exploratória, realizando um estudo de campo, pois buscou coletar e analisar a opinião dos acadêmicos das disciplinas de Inteligência Artificial Avançada e Pesquisa Aplicada dos cursos de Ciência da Computação e Engenharia de Computação e Inteligência Artificial Aplicada à Educação do curso de Computação Licenciatura de uma universidade situada no Rio Grande do Sul, com relação às competências e habilidades necessárias para o desenvolvimento de um ambiente computacional. A fim de alcançar o objetivo, estudos teóricos foram realizados sobre o tema. Para coletar os dados do grupo correspondente, um questionário foi elaborado. O questionário é um instrumento desenvolvido cientificamente, composto por um conjunto de perguntas ordenadas (Marconi et al., 2002; Gil, 2002) e que, no campo organizacional, é utilizado para obter informações sobre empresas e indivíduos (Hair et al., 2005). As questões utilizadas na pesquisa são descritas nos resultados e discussões. Foi realizada à Análise do Conteúdo, proposta por Bardin (2011), que tem como objetivo analisar de forma

Competências e Habilidades Necessárias para um Ambiente Computacional em um Contexto de Transformação Digital