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O processo de formação do povo brasileiro, altamente conflitivo, se fez pelo entrechoque de contingentes índios, negros e brancos. A escravidão foi sua marca mais significativa. A sociedade colonial brasileira, durante tempo alargado, conservou características pré-modernas. Os mitos católicos e aqueles provenientes das religiões de matrizes africanas e indígenas, seus deuses e seus heróis constituíram o modelo exemplar dos comportamentos humanos, no âmbito da cultura brasileira. Os orixás, inquices e voduns da cultura negra, bem como os santos da Igreja Católica, são os heróis mitificados ao sabor popular. Exerceram importantes funções educativas, socializadoras e motivacionais, em especial, para as camadas populares sobre as quais recaiu o maior peso da força opressiva que lhes roubou a humanidade e a vida. Através de Santo Antônio, tematizado a partir da ótica popular, encontramos um mitema brasileiro em seus outros nomes e histórias surgidos dos sincretismos entre o catolicismo, os candomblés e as macumbas.

SANTO ANTÔNIO E SEUS MUITOS NOMES: MITOLOGIA AFRO-BRASILEIRA E EDUCAÇÃO POPULAR