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Este artigo explora a percepção de adolescentes em estado de vulnerabilidade social da cidade de São Paulo, com enfoque na perspectiva das relações de gênero sobre as motivações para beber e os riscos associados ao uso, assim como aqueles inerentes aos contextos de consumo de álcool. Trata-se de um estudo qualitativo que utilizou a técnica de grupos focais com 153 jovens de Centros da Juventude e Escolas Públicas da cidade de São Paulo, em idade entre 14 e 17 anos, alocados em 32 grupos separados por gênero. Os relatos foram gravados, transcritos e submetidos à análise de conteúdo. Os participantes desta pesquisa referiram perceber os Pancadões como o principal contexto de uso de álcool dos jovens da periferia. As motivações para beber foram atribuídas a fatores pessoais (busca de diversão, alívio de desprazer) e socioculturais, em que o álcool foi apontado como um meio de valorização pessoal ('ostentação') e facilitador da relação entre pares ('pegar'; 'ficar'). Entre os riscos associados, destacaram-se o abuso sexual e a frequente exposição de meninas na internet e problemas sociais como falta de fiscalização, violência policial e a presença de tráfico. Os resultados evidenciam percepções sobre a inter-relação entre álcool, gênero e violência em Pancadões, sugerindo a necessidade de ações preventivas e de redução de danos alinhadas às demandas desse contexto sociocultural.

ÁLCOOL E RELAÇÕES DE GÊNERO: MOTIVAÇÕES E VULNERABILIDADES NA PERCEPÇÃO DE ADOLESCENTES