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Por meio de processos-crime, reflete-se sobre a organização racial/racista da sociedade no passado. O assassinato de Vicente Crioulo, no ano de 1848, funciona como o primeiro paradigma para que se entenda que o Estado representa apenas um dos canais para a subjugação de povos não-brancos aos brancos dominadores. Esta abordagem filia-se à micro-história, e procura ver a vida cotidiana de homens e mulheres negras, escolhendo três casos paradigmáticos, que caminham da tortura e morte de um homem negro à uma rebelião de escravos contra o seu feitor. Trata-se de uma narrativa de dor, mas também de resistência à ordem escravocrata.

"A Cor de um Crime" nos Arquivos da Memória (São Paulo, século XIX)