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Este trabalho tem como objetivo conhecer as relações de maternagem na Educação Infantil a partir do diálogo e reflexão acerca de como tais relações concorrem para assegurar o efetivo exercício dos direitos das mulheres e direito das crianças. Para cumprir o objetivo da pesquisa, estabelecemos como objeto de análise as concepções e práticas escolares relativas à educação das crianças, sobretudo na perspectiva do cuidado. Nesse sentido, cuidado é conceito assumido na pesquisa associado ao debate sobre maternagem, a partir da concepção da manutenção do criar e educar desenvolvida por Dagmar Meyer (2005). A partir das análises e reflexões propostas, a presente pesquisa adota o pressuposto da corresponsabilidade da Educação, já prevista na legislação brasileira, como no Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990) e na própria Constituição Federal (BRASIL, 1988). Sendo assim, o foco do estudo se volta ao aparato institucional, social e familiar necessário à educação das crianças, posto que a abordagem adotada percebe a creche como tendo impacto direto nas variadas searas das vidas das mulheres e crianças, sendo esses dois grupos populacionais ainda passíveis de serem minorias sociais, ainda que não sejam minorias numéricas. Diante dessa conjuntura e da necessidade de repensarmos as condições de reconhecimento social de mulheres e crianças, a pesquisa adota como campo a rede de ensino municipal de Juiz de Fora (MG) e busca atingir o objetivo da pesquisa a partir do diálogo sobre como os feminismos exercem (ou não) influência nas práticas educadoras da Educação Infantil, de modo a assegurar que este nível de ensino seja seara de direitos das populações que recorrem à creche como equipamento de Estado. Foram realizados encontros formativos com as professoras da creche e as discussões foram fundamentadas em textos e materiais audiovisuais, na perspectiva de diálogo sobre a Educação Infantil e a garantia e manutenção de direitos das mulheres e direitos das crianças. As reflexões produzidas nos encontros formativos indicam que a Educação Infantil é um contexto potente, porém desafiador, ao debate da maternagem.

Maternagem e cuidado como desejo de democracia: educação infantil em perspectiva feminista