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A literatura, oral ou escrita, pode, nos universos de sua abrangencia, visibilizar contradicoes, paradoxos, individualidades, subjetividades, alem de outras manifestacoes de saberes que emergem do ser humano. Por tudo isso, termina sendo tambem um instrumento didatico relevante e, por vezes, libertario. No entanto, sao pertinentes as criticas ao ensino dessa disciplina em sala de aula. Uma delas recai sobre as praticas abusivas e tradicionais da visibilidade historiografica e sociologica por parte de alguns professores em sala de aula; ressalte-se, tanto em universidades quanto em escolas publicas. Espacos que deveriam, em principios, primar por ideais libertarios, mas que tambem praticam a reproducao dos modelos de ensinos homogeneos, autoritarios e inibidores da criatividade humana, consequentemente, minimizando os sentidos mais amplos que os textos e os homens, nesse trânsito, se permitem. Essa pratica comum de ensino em sala de aula, alem de alijar os saberes individuais de que os alunos sao portadores, alija tambem os das diversidades culturais existentes entre os povos, pois solapa desses ultimos as grandezas e riquezas que deles emanam e vivenciam cotidianamente. Sao inumeros os exemplos de perseguicao e violencia que a historia educacional registra para com aqueles que estiveram submetidos a atos dessa natureza. As historias de vida de alguns professores e alunos que nao aceitaram e nao aceitam formas violentas de negacao de suas identidades, sobretudo quando estruturadas nos curriculos, sao um fato. Diga-se de passagem, tais curriculos apresentam-se como agentes vivos das formas de dominacao e visiveis nos estragos que causam a uma parcela consideravel da populacao e dos povos que nao sao visibilizados como devem em suas historias e culturas. As provas mais elementares dessa situacao-problema que o cotidiano das

Cantos-poemas de resistência: a cultura negra nas salas de aulas brasileiras