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A estrutura da obra divide-se em três partes intituladas “Ler as ilhas”, “Escrever as ilhas” e “Outras palavras: a escrita e a crítica”. Cada parte aspira a tornar-se o elo de uma cadeia concatenada de conceitos que permitem a imersão no problemático mar da insularidade. Ler, escrever, criticar são os processos mentais que pomos em ato cada vez que desejamos interpretar um facto ou uma realidade. E o texto é, deste ponto de vista, um ótimo sujeito que se presta a ser interpretado, pois não só pressupõe prévia leitura, como está intimamente ligado à escrita e à crítica que dele se faz quando os procedimentos de leitura e desconstrução mental do escrito estão em função.

Margarida Calafate Ribeiro e Silvio Renato Jorge (Org.) — Literaturas insulares: leituras e escritas de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe