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Camarões dulcícolas desempenham um papel fundamental nos processo ecológicos, uma vez que atuam como predadores de outros invertebrados, são epibentônicos, detritívoros e presas de peixes. O conhecimento biológico desses animais permite traçar estratégias de manejo para melhor aproveitamento dos recursos naturais, evitando a sobrepesca e incentivando a produtividade. O presente trabalho objetivou avaliar a estrutura populacional do camarão Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862) no Rio Grande, divisa entre os estados de São Paulo e Minas Gerais, em região à jusante da Usina Hidrelétrica de Água Vermelha. Os animais foram coletados mensalmente, de Outubro/2017 a Março/2018, em 6 distintos pontos do Rio Grande, sendo o ponto 1 a mil metros e o ponto 6 a 4 mil metros da contenção do fluxo d’água. Uma peneira de saco, própria para camarões, foi arrastada três vezes, em giro de 180° antes da colocação das armadilhas. Estas últimas foram amarradas à margem do rio e deixadas em espera por aproximadamente 6 horas. Os animais coletados foram individualizados por método de coleta, ponto e mês. Em laboratório, foram sexados e o Comprimento do Cefalotórax (CC) foi mensurado. Foram coletados 6455 indivíduos, sendo 4499 fêmeas (294 fêmeas ovígeras), 1445 machos e 217 juvenis. A média de tamanho das fêmeas foi de 7,27mm de CC, enquanto dos machos foi de 7,42mm e do jovens 3,24mm. O menor espécime de fêmea ovígera apresentou o CC de 3,8,mm. Os animais foram agrupados em 10 classes de tamanho com amplitude de 2 mm entre elas, seguindo a regra de Sturges. O menor espécime foi coletado no mês de fevereiro, ponto 3, sendo um juvenil com 1,08 mm de CC. No mês de fevereiro também foi coletado o maior individuo, uma fêmea de 32 mm de CC, no ponto 4. Foi possível notar que os animais de maior classe foram encontrados principalmente nos pontos mais próximos à barragem. Já os camarões das menores classes foram mais abundantes nos pontos mais distantes. As fêmeas (ovígeras ou não) foram mais numerosas (Anova, p<0,01) em pontos mais próximos à barragem. Possivelmente após a eclosão das larvas nos pontos proximais, as mesmas descem com o fluxo d’água para os pontos mais distantes da barragem. O conhecimento da organização estrutural desta espécie permite o entendimento sobre estes animais e como se comportam com os efeitos antrópicos causados pela contenção d’água, ocasionados pela usina hidrelétrica.

livro de resumos do x congresso brasileiro sobre crustáceos

ESTRUTURA POPULACIONAL DO CAMARÃO DE ÁGUA DOCE MACROBRACHIUM AMAZONICUM (HELLER, 1862) (CRUSTACEA: PALAEMONIDADE), PROVENIENTE DO RIO GRANDE (DIVISA SP-MG), À JUSANTE DA USINA HIDRELÉTRICA ÁGUA VERMELHA