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O conhecimento da estrutura populacional das espécies contribui para o entendimento tanto do comportamento das populações ao longo do tempo, como das interações e respostas das mesmas aos diferentes estímulos oriundos do ambiente natural. O presente estudo tem como objetivo analisar comparativamente aspectos estruturais de Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862) em dois locais distintos da represa de Jurumirim, SP. Foram realizadas coletas mensais, de fevereiro a julho/2018, utilizando peneiras (malha 2 mm), explorando-se a vegetação marginal em dois locais da represa, o primeiro no Bairro Costa Azul (município de Avaré, SP) e o segundo no Sítio dos Faria (município de Arandu, SP). Em laboratório, os espécimes foram classificados em categorias demográficas (machos, fêmeas não-ovígeras, fêmeas ovígeras e indivíduos sexualmente indiferenciados) e mensurados quanto ao comprimento da carapaça (CC), utilizando-se estereomicroscópio Zeiss®, equipado com sistema de captura e análise de imagens Axiovision®. Ao todo, foram capturados 4386 indivíduos, sendo 746 (17%) coletados no Bairro Costa Azul e 3641 (83%) no Sítio dos Faria. Em relação às categorias demográficas, no Bairro Costa Azul, 59% eram fêmeas, 21% eram machos, 19% eram indiferenciados e 0,3% eram fêmeas ovígeras, enquanto que no Sítio dos Faria, 45% eram fêmeas, 28% eram machos, 27% eram indiferenciados e 1% eram fêmeas ovigeras. A razão sexual (Machos:Fêmeas) para o Bairro Costa Azul foi de 1:2,5, diferindo significativamente em favor das fêmeas (χ2, p<0,01). O mesmo foi observado para o Sítio dos Faria, sendo a razão sexual de 1:1,7 (χ2, p<0,01). No Sítio dos Faria foram registrados o menor e o maior CC (1,5 mm e 12,4 mm, respectivamente), enquanto no Bairro Costa Azul a esta variação foi de 1,8 mm a 10,1 mm. As fêmeas apresentaram os maiores valores de CC em ambos os locais, enquanto os machos apresentaram valores intermediários, variando de 3,4 mm a 8,6 mm no Sítio dos Faria e de 3,6 mm a 8,2 mm no Bairro Costa Azul. De modo geral, os pontos de coleta em questão se diferem principalmente pela influência antrópica (no Sítio dos Faria, próximo ao local de coleta, há tanques-rede com criação de tilápias, cujos resíduos orgânicos – principalmente ração – espalham-se pelo ambiente ao redor) e pela vegetação do entorno (em relação ao tipo e quantidade). Tais fatos aumentam a quantidade de matéria orgânica disponível para consumo, o que pode ser responsável pelas diferenças observadas entre os locais.

COMPARAÇÃO DA ESTRUTURA POPULACIONAL DE MACROBRACHIUM AMAZONICUM (HELLER, 1862) EM DOIS LOCAIS DISTINTOS DA REPRESA DE JURUMIRIM, ESTADO DE SÃO PAULO