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Mesmo pouco abundantes Farfantepenaeus brasiliensis e F. paulensis são exploradas comumente no norte de São Paulo devido ao seu valor comercial. A avaliação do estado de conservação destas espécies é difícil de se realizar, pelo fato de ambas serem desembarcadas como camarão rosa, o que gera escassez de dados e impossibilita análises ecológicas fidedignas. Este estudo avaliou as capturas de juvenis destas espécies e suas relações com os fatores ambientais na Enseada de Ubatuba em um intervalo de 22 anos. Arrastos mensais ocorreram de Set/95 a Ago/96, Jan/98 a Dez/99, Jul/01 a Jun/03, Jul/05 a Jun/07, Jul/13 a Jun/14 e Set/16 a Ago/17. Dois fatores (meses e anos) e oito covariáveis foram escolhidas como explicativas das capturas: Pluviosidade, pluviosidade lagged -1, pluviosidade lagged -2, Indice Oscilação Sul (ENOS), salinidade, temperatura da água, matéria orgânica e Phi. Após exploração dos dados, selecionou-se apenas uma variável de pluviosidade (colinearidade) e procedeu-se com a transformação logarítmica de abundância (outliers). A interação entre anos e meses e a significativa autocorrelação temporal determinaram o ajuste de Generalized Additive Models (GAMs) com smothers estacionais (mês) e de tendência (ano) com função de autocorrelação. Na sequência, avaliou-se as covariáveis que compuseram os modelos pelo critério de Akaike. O modelo de F. paulensis (R2 = 0,55) indicou interação entre anos e meses (p = 6,13 e-11), sendo altas capturas registradas em meses do primeiro semestre, com forte influência de anos sob tais padrões mensais. Observou-se alta abundância até 1999 e posterior queda em 200x com recuperação a partir de 2006. As variáveis explicativas de F. paulensis foram pluviosidade (p = 0.09) e ENOS (p = 0.49). No caso de F. brasiliensis, o modelo (R2 = 0,45) revelou interação entre anos e meses (p = 4.14 e-06) e indicou altos valores entre janeiro a maio, com variações anuais marcantes, com queda em 2005, rápida recuperação no ano seguinte e manutenção das capturas subsequentemente. As variáveis explicativas foram Phi (p = 0.01) e ENOS (p =0.16). Tais resultados permitem concluir que as espécies se sobrepuseram e que variaram em função dos anos e da sazonalidade, com tendências de manutenção das populações. No entanto, os distintos graus de dependência com variáveis comuns (ENOS) e a diferença de relação com outras variáveis

livro de resumos do x congresso brasileiro sobre crustáceos

VARIABILIDADE DE LONGO PRAZO DA ABUNDÂNCIA DE JUVENIS DE CAMARÕES-ROSA FARFANTEPENAEUS BRASILIENSIS (LATREILLE, 1817) E F. PAULENSIS (PÉREZ-FARFANTE, 1967) (PENAEOIDEA) NA ENSEADA DE UBATUBA