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Desastres financeiros e ambientais recentes têm instigado corporações a repensar suas estratégias em Relações Públicas (RP), assim especialistas em comunicações corporativas foram convocados para desenvolver um conjunto de estratégias de comunicação “pacificadoras” e não lidar apenas com definições de danos subsequentes a uma crise.  Contudo, até agora, a área emergente de Relações Públicas Críticas (RPC) tem sido marginalmente influenciada pelos Estudos Críticos em Administração (ECA), e o ECA tem dirigido pouca importância à RP. Este trabalho revisa as origens históricas de RP juntamente com o crescimento da ciência social crítica e revela significados consideráveis em linhas paralelas de desenvolvimento e de problemas de significação nas quais se encontram o bem social e os interesses corporativos. Este estudo trabalha com um exemplo conceitual que faz parte da inquietação do ECA – as relações entre desejo e poder – e analisa RP sob essa lente, focando no afamado caso de RP “Tochas da Liberdade” de Edward Bernays. Ao traçarmos a história de RP na ótica do desejo, somos levados a concluir que há muito em comum entre o ECA e a RP, embora raras conexões sejam feitas; que o ECA oferece um conjunto de instrumentos conceituais úteis para a RP, enquanto a RP torna disponível ao ECA um conjunto de narrativas negligenciadas; e já que o ECA e a RP se encontram questionando seus rumos futuros, eles podem usufruir do aprendizado mútuo, algo que eles ainda não conquistaram.

O LADO SOMBRIO DO CAMINHO: ESTUDOS CRÍTICOS EM ADMINISTRAÇÃO E RELAÇÕES PÚBLICAS CRÍTICAS