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			As atividades humanas relacionadas à produção e ao consumo promove uma crescente geração de resíduos. Nas grandes cidades, as feiras livres produzem diariamente uma grande quantidade de rejeitos orgânicos que, geralmente, são descartados de forma inadequada, sem receber a devida atenção quanto ao gerenciamento correto dos resíduos produzidos, gerando problemas ambientais e de saúde pública. Dentro do contexto das feiras livres, o setor pesqueiro é um dos que gera diariamente grandes quantidades de resíduos sólidos, devido à evisceração e processamento do pescado. O Estado do Pará destaca-se como segundo maior estado produtor de pescado do país, tendo na sua capital, Belém, o Complexo Mercado do Ver-o-Peso, um dos principais pontos públicos de comercialização e distribuição de pescado do país. O objetivo do estudo foi descrever a problemática da produção e descarte de resíduos de pescado no Mercado de Peixe na Feira do Ver-o-Peso, abordando questões de boas práticas de manejo e manipulação do pescado. O estudo foi realizado em três etapas que possibilitaram uma abordagem qualitativa e quantitativa da problemática, revisão bibliográfica, observação das estruturas e procedimentos dentro do mercado, bem como entrevistas com os permissionários do Mercado de Peixe da Feira do Ver-o-Peso. Nas observações qualitativas, foi constatado que a estrutura física do mercado encontra-se em boas condições de conservação e o piso é lavado e varrido regularmente, com o recolhimento dos resíduos. Sobre as condições das barracas e do produto, foi observado que há pias e freezers em todos os boxes, porém muitos freezers encontravam-se desligados e as pias não possuíam produtos de limpeza. A principal forma de conservação do pescado é o uso de isopor e gelo e a exposição do produto é feita na bancada da barraca, sem gelo. Os permissionários também não usam uniforme padronizado, sendo que nenhum utilizava luvas. A idade dos permissionários variou de 27 a 80 anos, dos quais 90% afirmaram que a prefeitura oferece regularmente cursos de manipulação de alimentos. A quantidade de vendas diárias informada pelos entrevistados variaram entre 60 kg e 200 kg (média de 137,14 kg +/- 46,89 kg); nossas estimativas são de 4.113 kg de resíduos gerados diariamente no local, onde atualmente não há coleta seletiva. Com a atual crise dos aterros sanitários em Belém e região metropolitana, a coleta seletiva dos resíduos de pescado com fins de reaproveitamento poderia ser uma boa alternativa para o Mercado de Peixe.			

Aspectos sanitários e geração de resíduos na comercialização do pescado na Feira do Ver-o-Peso, Belém, Estado do Pará, Brasil