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Os tempos nao eram faceis. Faltava tudo para todos. A guerra ja estava no seu sexto ano e Svietlana so tinha quatro anos. Nascera numa noite gelada de inverno. A mamae magra e miuda tinha a bacia estreita, ninguem no hospital acreditou que ela viera dar a luz, riram dela e a mandaram para casa, a pe, na noite de neve. Mal voltou para casa, sentiu contracoes. Ofendida e chorando, teve que ir, novamente, ao hospital na noite branca. Mal teve tempo de se deitar na cama, Svietlana nasceu. O nome dela fui eu que escolhi naquela longa noite de vigilia. Cuidei da Svietlana miuda e faminta, dando-lhe um trapo para sugar. Todos tinhamos fome. Assim mesmo, Svietlana comecou a sorrir. Como crescera, foi um misterio. Comecou a andar bem tarde e logo parou de andar, foi um segundo misterio. Recusava-se a andar. Carreguei-a por todos os cantos. Fazia parte de mim.

Os sapatos da Svietlana