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A criptosporidíase éparasitose que nos últimos anos adquiriu projeção no contexto médicoassistencial, em virtude do advento da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HI V) e da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), dela decorrente. O Cryptosporidium sp, antes praticamente não cogitado em tarefas diagnosticas, passou a merecer bem maior atenção por constituir freqüente m icrorganism o oportunista na configuração da gravíssima afecção vinculada a expressivo déficit da defesa orgânica. Para evidenciação do protozoário em questão, nas fezes, processos foramreativados, aprimorados ouimplantadose, agora, encontram-se implantados em vários laboratórios. Além disso, no Brasil tomaram-se disponíveis muitos profissionais habilitados a propiciar correto reconhecimento desse patógeno, causador sobretudo de diarréia. A propósito, vale citar como apropriadas as técnicas da auram ina, da carbol-fucsina com dimetilsulfóxido e de kinyoun. Através desta comunicação, divulgamos um detalhe acerca do diagnóstico da criptosporidíase. Trata-se da constatação de que a solução de CaryBlair, comumente empregada para transporte de fezes que servirão para análise bacteriológica, não prejudica a visualização e identificação do Cryptosporidium sp. Trinta amostras, provenientes de enfermos certamente infectados pelo parasita, foram analisadas mediante emprego do método de Kinyoun, com prévia colocação na solução e sem essa providência. Pusemos as fezes, na proporção de 1/10, aproximadamente, em formalina a 10%; depois de 15 dias a seis meses, 3 ml com 2 ml de água destilada e 3 ml com 2inl do líquido de Cary Blair2 serviram para aplicação da técnica de concentração do formoléter1, fixação do sedimento por meio de metanol e coloração através do processo de Kinyoun2, modificado pela troca do azul de metileno pelo verde malaquita; quanto ao conservador, só mudamos um pormenor, pois acrescentamos ao original indicador fenólico, a fim de corar e diferenciá-lo de fluidos comuns. Os resultados revelaram total concordância, desde os cinco nos quais não apareceu o Cryptosporidium sp até os demais, nos quais ele foi visto, tendo inclusive ocorrido integral coincidência quanto às quantidades de oocistos encontrados. Diante do exposto, afiançamos que a permanência da matéria fecal na solução de Cary-Blair, como sucede rotineiramente, não conturba a constatação da presença do protozoário e nem altera aspectos m o rfo lóg icos in d isp en sáveis à com petente identificação. Em atividades cotidianas pode acontecer que a excreção para análise seja inadvertidamente posta no líquido referido ou corresponda, em determindo momento, à única disponibilidade.

Sobre a não interferência da solução de Cary Blair no diagnóstico da criptosporidíase pelo exame de fezes