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É significativo observar a pequena representatividade de estudos sobre o negro no Rio Grande do Sul, principalmente se comparada com outros temas hist6ricos produzidos na época contemporânea por historiadores gaúchos. A proposta do artigo é refletir sobre essa irrelevante produção, privilegiando um historiador bastante considerado e atuante no período: Moysés Vellinho. Tal reflexão se torna mais importante ao se reconhecer a presença do negro, desde os tempos coloniais, em terras do Extremo Sul. Afinal, a Colônia do Sacramento, fundada em 1680, décadas após o término da unificação ibérica (1580-1640), comercializava vários produtos, como couro, tabaco, etc., além do lucrativo comércio de escravos.' Já o sargento-mor Domingos José Marques Fernandes, que veio criar, em 1798, na vila Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre, o ofício de Escravidão de Sesmarias, destacava, entre outros assuntos, a importância dos escravos. Sua obra é considerada a primeira história gaúcha e foi publicada em 1804. Ele sugere que:

O Negro no Rio Grande do Sul: o Vazio Historiográfico