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O autor, professor de História da Igreja na Pontifícia Universidade Gregoriana, de Roma, e editor da revista Archivum Historiae Pontificiae, escreve a presente obra com o intuito de estudar e aprofundar as orientações do pontificado do Papa Bento XVI a partir de suas encíclicas, alocuções e discursos – não em todos, mas aqueles que marcaram época, como o de Regensburg, em 2006 – assim como em nomeações, em algumas viagens e audiências, mas, principalmente, no estilo de seu governo e nos momentos de crise (p. 7 e 8). Estas fontes são estritamente públicas, visto que o Arquivo Secreto ainda não está aberto, pois é um papado recente. Assim, a obra está sujeita a duas lógicas: “a história imediata da atualidade e dos longos tempos da historiografia” (p. 9). Mas o autor adverte que as páginas do livro não se confundem com jornalismo, porquanto o historiador, ao seguir o método histórico de pesquisa, tem o privilégio de ter vivido o que escreve e como se conclui o que está sendo descrito, além de não ocultar as dimensões espirituais e religiosas dos acontecimentos relatados, não se deixando guiar pelos esquemas duais direita/esquerda e conservador/progressista (p. 10). Ainda declara que também não deseja oferecer uma biografia do Papa Bento XVI, mas apresentar um esboço da história de seu pontificado, que abrangeram anos decisivos para o catolicismo contemporâneo (p. 11). O que torna significativo o pontificado de Bento XVI não é apenas a sua conclusão imprevista, por causa da renúncia e a criação do Papa emérito, mas principalmente questões deixadas abertas e ainda não concluídas, pois Bento XVI abriu diversos pontos centrais para a vida da Igreja, tais como o espaço dado à posições do Vaticano II até então marginalizadas, as relações ecumênicas (a novidade do ordinariato pessoal para os Anglicanos, criado conjuntamente com a Igreja Anglicana), as relações com outras religiões e questões relativas à eclesiologia. A obra está dividida em oito capítulos: o conclave e o programa do pontificado (1), a cúria romana (2), o governo magisterial da Igreja (3), a urgência do governo universal (4), a unidade dos cristãos (5), o diálogo com a cultura (6), a diplomacia pontifícia (7) e a renúncia ao ministério petrino (8). No final, além da conclusão e da cronologia do

REGOLI, Roberto. Oltre la crisi della Chiesa. Il pontificado di Benedetto XVI. Torino: Lindau, 2016. 502 p.