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A primeira radiografia de pinturas em Portugal foi efectuada em 1923, por solicitaA§A£o de Carlos Bonvalot, numa ocasiA£o em que iniciativas semelhantes ocorriam noutros paA­ses. Tratou-se de um caso isolado que sA³ teve continuidade em 1928 quando Roberto de Carvalho e Pedro Vitorino, tambA©m A s prA³prias custas, iniciaram um projecto sistemAitico que deu origem a um nAomero muito significativo de radiografias. De acordo com as interpretaA§Aµes feitas pelos seus autores e por LuA­s Reis Santos, algumas das radiografias punham em evidAancia significativos problemas de restauro e de autenticidade das obras. Entre 1934 e inA­cios de 1936, Carvalho e Vitorino foram proibidos de radiografar obras de museus do Estado, aparentemente a pretexto de os raios X poderem danificar as pinturas, mas mais ou menos na mesma ocasiA£o foi adquirido equipamento de radiografia para o Museu Nacional de Arte Antiga, num processo, tambA©m pioneiro, em que esteve envolvido o conservador JoA£o Couto e o fA­sico Manuel Valadares. Considerando a coincidAancia cronolA³gica das duas iniciativas e o ambiente sA³cio-cultural da ditadura do Estado Novo que entA£o vigorava em Portugal, a situaA§A£o aparentemente contraditA³ria A© interpretada como uma forma de evitar a situaA§A£o incA³moda gerada pelas fortes crA­ticas resultantes da interpretaA§A£o das radiografias e controlar o surgimento de novos problemas a esse respeito.

The first radiographs of works of art in Portugal and the relationship between radiography, conservation and politics