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As questões relacionadas à saúde mental ganham cada vez mais destaque em pesquisas e discussões na sociedade atual. Sabe-se que, apesar da fragmentação, por vezes utilizada com finalidade didática para questões biológicas, psicológicas, sociais, políticas e econômicas, a vivência humana insere-se na complexa e permanente relação entre estas dimensões. Quando observa-se de forma analítica o campo da saúde, ainda que sutilmente, o entendimento sobre a experiência dos sujeitos se constrói dentro de cenários difíceis de entendimento pelo pesquisador e profissionais diretamente responsáveis pelo cuidado em saúde. Frente a esse desafio, o conhecimento científico ocupa-se da busca articulada por conhecimentos em diversas áreas, tendo em vista a complexidade dos fenômenos, com exigência de metodologias que aproximem-se cada vez mais da realidade da experiência humana. No que tange à área de saúde mental e uso de substâncias psicoativas, há um perfilar de descobertas que evidencia tanto a magnitude deste teor quanto a obscuridade que ainda dificulta a assertividade das ações políticas, educativas e de cuidado em saúde. É importante a contribuição de diversas áreas do conhecimento, de forma articulada ou complementar, para a geração de saberes e práticas que ofereçam melhores condições na organização do cuidado em saúde, dos espaços onde este é oferecido, bem como a fundamentação de políticas públicas e estratégias que revertam em bem-estar dos indivíduos nas comunidades. Esta necessidade sempre alicerçou a missão da SMAD, desde sua criação, e ao longo de sua existência tem assegurado o compromisso com publicações científicas que contribuam para construção do conhecimento acerca das temáticas de saúde mental, álcool e outras drogas. O presente número mostra a evolução da lei de drogas no Brasil e em Portugal, com reflexões comparativas de autores sobre a legislação recente destes dois países; os aspectos espiritualidade e religiosidade em usuários de álcool e/ou drogas; a opinião de jovens vítimas de trauma, em relação às políticas públicas de controle do uso de álcool; a descrição e análise do perfil de consumo de álcool e drogas ilícitas entre adolescentes escolares de uma capital brasileira; a comparação das concepções sobre doença mental entre profissionais atuantes em serviços de saúde mental de urgência; a identificação da prevalência de transtornos mentais comuns e consumo de bebida alcoólica e tabaco entre estudantes de enfermagem de uma universidade pública da Amazônia Ocidental brasileira; e a revisão sobre a evolução das práticas assistenciais ao portador de transtornos psiquiátricos na cidade de Natal. Acredita-se que, os tópicos apresentados neste e nos próximos números da SMAD possam ampliar a reflexão, alavancar o movimento da produção de conhecimento, o envolvimento de pesquisadores e o repensar sobre a atuação dos profissionais no campo da saúde mental, álcool e outras substâncias psicoativas.

A smad e a produção de conhecimento em saúde mental, álcool e drogas