Buscando jogar alguma luz sobre como se concebe a transmissão do conhecimento e a construção do saber nas escolas no Brasil no início do século XXI, fizemos uma análise discursiva de planos de aula disponíveis online em um site do MEC, que foi parte de nossa pesquisa de doutorado (defendido em dezembro de 2020). Entendemos que os planos de aula trazem, em um texto, a concepção do professor do que seja uma aula, bem como seu fazer interpretativo sobre os documentos legais que regem a educação brasileira e seu fazer persuasivo sobre dois sujeitos: o professor destinatário do plano de aula e os alunos, destinatários da aula. Trazem também a concepção de aula do Ministério da Educação que, ao aprovar as aulas que foram disponibilizadas em seu site, permite que apreendamos suas considerações sobre elas. Para essas análises, utilizamo-nos da teoria semiótica discursiva, apoiando-nos mais fortemente em Diana Luz Pessoa de Barros (2001), José Luiz Fiorin (2002), Greimas (2014 [1980]) e no Dicionário de Semiótica, de Greimas e Courtés (s/d [1979]). Este artigo, que apresenta parte de nossa tese, traz uma análise do tutorial “Como criar uma aula”, do site Portal do Professor, do MEC, de 2008, que ensina como se deve fazer uma aula para que seja publicada no Portal. Nosso objetivo, a partir dessa análise, foi apreender o que se entende como uma “boa aula”, objeto de valor buscado pelo sujeito que vai até esse site.
palavras-chave: semiótica discursiva, semiótica e educação, plano de aula.