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O corpo feminino como ferramenta de protesto feminista e subversão ao machismo nas imagens do meme “Bela, Recatada e do Lar”
Author(s) -
Eugenia Blanco Lúgaro,
Maria das Graças Pinto Coelho
Publication year - 2020
Publication title -
culturas midiáticas (online)/culturas midiáticas
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2763-9398
pISSN - 1983-5930
DOI - 10.22478/ufpb.1983-5930.2020v13n1.48046
Subject(s) - humanities , art , philosophy
O meme Bela, Recatada e do Lar começou a circular de forma aleatória após a revista Veja realizar uma reportagem no dia 18 de abril de 2016, que falava da então primeira dama Marcela Temer trazendo como elogios e atributos positivos o fato dela ser uma mulher “bela, recatada e do lar”. Em poucos dias ele se transformou em uma poderosa ferramenta midiática contra-hegemônica para fazer frente à narrativa criada pela revista sobre os atributos da feminilidade. Neste artigo pretende-se analisar as construções simbólicas que permitiram a expansão desse meme. Para tanto, serão interpretados, a partir de uma análise de expressão simbólica, fundamentada na literatura sobre gênero, os memes imagéticos concentrados no Tumblr www.belarecatadaedolar.tumblr.com. O critério de escolha dessa rede é motivado pela aleatoriedade da contingência da criação espontânea de uma narrativa virtual, já que todos os modelos de corpos que estão nessa rede social foram enviados voluntariamente por mulheres que buscavam desmistificar a imagem da mulher ideal como sendo aquela que tem a tríade de adjetivos narrados pela revista. Na análise, identifica-se que, os avanços tecnológicos e o feminismo em rede apresentam uma nova lógica no pensar e agir feminista, e os memes imagéticos analisados tornam-se ferramenta de disseminação mais rápida e em grande escala pelo seu alto grau de replicabilidade, tendo como principal modelo a representação de um corpo-bandeira (GOMES; SORJ, 2014) emancipatório e plural. O novo ambiente virtual onde se localizam os memes se propõe a debater questões do movimento feminista como: a relação público/privado, direito ao corpo, mudanças comportamentais e resistências a padrões definidos como sendo espaços reservados e associados aos homens.