Suicídio como pauta popular (ou o sensacionalismo como resistência)

Este artigo parte da perspectiva da construção do suicídio enquanto um tabu, sendo por isso tema normalmente abolido das pautas jornalísticas dentro de uma ordem hegemônica, que propõe a racionalidade e a objetividade dos temas expostos. Neste contexto, a reflexão volta-se para a constante cobertura de casos de suicídio na imprensa do estado do Amapá, associando esta narrativa aos conceitos de popular e de sensacionalismo. Assim, a partir da noção de sensacionalismo como processo cultural, constituído através de fluxos do imaginário que relacionam representações e mediações (ENNE, 2007), propõe-se mapear o processo histórico e as matrizes culturais que compõem a inscrição da morte voluntária nos meios massivos amapaenses para melhor observar o sentido que o tema adquire neste contexto cultural específico.