A pureza é um mito: Uma proposta simpoiética para a autoria nas artes

Partindo de uma problematização da autoria do Parangolé e da noção de autoria coletiva apresentada por Rodrigo Duarte nas Teses sobre a estetosfera, investigo uma proposta filosófica para a autoria artística que desvia do modelo individualista da autoria moderna ocidental, o qual considero alinhado com concepções capitalistas e puristas do processo criativo. Donna Haraway desenvolve um modelo simpoiético para descrever projetos locais, situados, que misturam técnicas, espécies, métodos, grupos, histórias e configurações socioculturais no interesse de reabilitações ou ressurgências parciais em um planeta danificado. Neste ensaio, proponho que o modelo simpoiético é mais potente para compreender práticas artísticas orientadas por criações coletivas e trocas de saberes.