Open Access
A imortalidade do útero de Henrietta Lacks: Um olhar literário sobre questões éticas, de gênero e raça
Author(s) -
Bruna Pratesi de Oliveira
Publication year - 2018
Publication title -
amazônica
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2176-0675
pISSN - 1984-6215
DOI - 10.18542/amazonica.v10i1.5854
Subject(s) - humanities , philosophy , art
O seguinte trabalho é fruto do encontro entre o curso Antropologia do(s) Útero(s) e a obra literária “A vida Imortal de Henrietta Lacks”, escrita pela jornalista Rebecca Skloot. Em meio às discussões corpóreas e metafóricas sobre úteros e a vasta temática da saúde, exploramos eixos que tangenciam discussões sobre raça, corpo, moralidade e ciência. Como forma de apresentar tal imersão, apoio-me no livro que conta a história de Henrietta Lacks e a jornada de sua família, ativistas em busca de verdades sobre as células retiradas do útero de Henrietta. As células, extraídas sem seu consentimento, foram mantidas vivas e se tornaram protagonistas na revolução das tecnologias médicas do século XX. Deste modo, nasceram as células HeLa, impulsionando uma indústria biomédica multibilionária, porém, a história da família Lacks, intensamente marcada pela tragédia da perda de sua mãe, se encontra silenciada e a serviço de uma ética médica desumana, racista e mercadológica. Busco apresentar eixos de análise que articulam o percurso ético das células, passando pelo contexto no qual elas foram extraídas e a trajetória da família Lacks, na busca de esclarecimentos e reconhecimento pelas suas contribuições à ciência médica. A narrativa pretende abrir para novos horizontes que dialogam com o universo pulsante dos úteros.