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O cineasta israelense Eytan Fox dirige A bolha/Ha-Buah (2006), uma textualidade fílmica que trata do conflito Israelopalestino na cartografia de Tel Aviv-Yafo e da Cisjordânia. A trama gira em torno do amor impossível entre o judeu Noam e o palestino Ashraf. Ambos os jovens se encontram casualmente em um chekpoint entre a Cisjordânia e Israel. Este encontro os unirá no contexto multicultural bélico em que estão dispostos arbitrariamente. Nesse complexo e crítico panorama acional, abordaremos os dispositivos psicossociais que movem esses rapazes nos sistemáticos confrontos e nas salutares negociações que objetivam a síntese disjuntiva inclusiva das situações em que estão insertos/incertos. Das fronteiras físicas de difícil transposição que criam constantemente as figuras dos “estranhos”, refletiremos sobre esse encontro fecundo, apesar da natureza histórica desse contexto inóspito, e sobre como são e ocorrem as possibilidades de coexistências nos aspectos do “existir-ao lado de”, do “existir-com” e do “existir-para” que nos indicam os campos da mixofilia (a amizade ao estrangeiro/diferente) e da mixofobia (o medo ao estrangeiro/diferente), com o apoio das reflexões de Zygmunt Bauman (2013; 1998; 1995).  Também acompanharemos tais negociações no âmbito dos princípios da ações e das subjetivações molares e moleculares, conceitos refletidos por Félix Guattari e Suely Rolnik (1986). Bem como utilizaremos para historicizar esse estudo, alguns dados do B'TSELEN - The Israeli Information Center for Human Rights in the Occupied Territories - (2017a; 2017b; 2017c; 2017d); por fim, acompanharemos os sentidos do caráter diaspórico no viés de Stuart Hall (2001), que envolvem essas multietnorraças que são tanto causadoras quanto vítimas desse brutalizador conflito sociopolítico e cultural.

Mixofilia e mixofobia entre judeus e palestinos em A bolha/Ha-Buah, de Eytan Fox