Bioprospecção de micro-organismos nativos com potencial biorremediador de solos contaminados por herbicidas

Com a intenção de reduzir o uso de insumos químicos, a agricultura orgânica tem crescido de forma considerável. Entretanto, em áreas contaminadas seu desenvolvimento é vetado, sendo necessário um longo período de descontaminação. Uma forma de acelerar este processo é a utilização de biorremediação, que consiste no emprego de micro-organismos vivos, na degradação de pesticidas. O objetivo deste estudo foi realizar o isolamento de micro-organismos com potencial biorremediador de solos contaminados por três herbicidas, e o efeito destes sob os micro-organismos do solo. Para isso, foram realizados testes que consistiram na determinação da emissão de CO2 pela atividade biológica do solo. O feito dos contaminantes sob a população microbiana foi avaliado por meio da determinação dos índices de Shannon, Simpson e Pielou. O potencial dos isolados como agentes biorremediadores foi determinado pela avaliação da capacidade de crescimento dos micro-organismos em meio BDA líquido contaminado. Foram isolados 32 micro-organismos, sendo 18 bactérias e 14 fungos. Deste total, seis isolados fúngicos e seis bacterianos foram empregados. O isolado fúngico UERGS-FNI6 demonstrou grande capacidade de se desenvolver em meio líquido contaminado com os herbicidas glifosato e atrazina, tendo seu crescimento estimulado em ambas as situações. Isso também foi verificado para os isolados fúngicos UERGS-FNI4 e UERGS-FNI1 que também tiveram seu desenvolvimento estimulado pelos herbicidas atrazina e glifosato, respectivamente. Quanto aos isolados bacterianos, o UERGS-BNI3 apresentou crescimento satisfatório em meio líquido contaminado por Imazetapir, demostrando ser resistente a este contaminante, e com potencial para o uso como biorremediadores de solos contaminados com herbicidas.