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INTRODUÇÃO A radiação ionizante (RI) é uma modalidade de radiação que tem energia suficiente para, durante a sua interação, remover elétrons orbitais dos átomos (PINO E GIOVEDI, 2005; GARCIA, 2015). Esse processo de ionização, ao alterar os átomos, também pode alterar a estrutura das moléculas que eles constituem. Sendo a energia de ionização maior do que a energia de ligação química entre os átomos, pode ocorrer quebra das ligações químicas e consequentemente mudanças moleculares (TAUHATA et al., 2003). Apesar da crescente utilização da RI pela medicina, ela pode ocasionar diversos efeitos colaterais. Esses efeitos são classificados em estocásticos e determinísticos. Os estocásticos tratam-se dos efeitos colaterais que são proporcionais a dose recebida, dessa forma, não existe um limiar de dose. Já os determinísticos são aqueles que a severidade ou gravidade do dano aumenta com a dose aplicada, nesse caso, existe um limiar de dose, onde abaixo dele os danos celulares são insuficientes para prejudicar o tecido ou órgão (TAUHATA et al., 2003). O sistema nervoso central (SNC), especificamente, é um sistema de resposta lenta a exposição à RI (SEGRETO E SEGRETO, 2000) e, apesar dos avanços da medicina e da biologia, os mecanismos celulares e moléculas que levam a lesão cerebral, induzida pela radiação ionizante, estão longe de serem compreendidos (LUMNICZKY et al., 2017). Atualmente, se acredita que as lesões são causadas por um conjunto de múltiplos processos, que acabam contribuindo para o surgimento de diversas doenças. Tais processos podem ser danos no nível vascular, que levam ao extravasamento da barreira hematocefálica, aumento do tronco neuronal, apoptose das células progenitoras e até mesmo perturbações na produção de energia devido a dano mitocondrial (LUMNICZKY et al., 2017). Um dos efeitos causado pela RI é o estresse oxidativo, como resultado de um distúrbio entre a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) e mecanismos de defesa antioxidante (BALENTOVA E ADAMKOV, 2015), mantendo, dessa forma, os níveis de ROS acima de um limiar tóxico. Apesar do encéfalo corresponder apenas cerca de 2% do peso corporal, para seu funcionamento adequado, utilizada cerca de 15% do sangue bombeado pelo coração (McCALL, 2004), 20% de todo gás oxigênio inalado e nele se encontra aproximadamente 25% de todo colesterol presente no organismo (DIETSCHY E TURLEY, 2001). Dessa forma, o encéfalo é bastante susceptível ao estresse oxidativo, principalmente devido a sua alta utilização de oxigênio (DORNAS et al., 2007). Nessa perspectiva surgem os radioprotetores, que são compostos antioxidantes que possuem a capacidade de equilibrar a quantidade de radicais livres oriundos do efeito das radiações ionizantes (ARUOMA, 1996). Dessa forma, o Ginkgo biloba (Gb) surge como uma possibilidade no cenário da radioproteção em decorrência da sua capacidade antioxidante (BANOV et al., 2006; SINGH et al., 2008). O Gb trata-se uma árvore primitiva, sendo considerada um “fóssil vivo”, que já vem sendo utilizada pela medicina tradicional na China há séculos (SINGH et al., 2008). Desde o desenvolvimento do seu extrato em 1990, o Gb tornou-se um dos fitoterápicos mais utilizados, no mundo todo, no tratamento contra demências (YUAN et al., 2017). Quimicamente contém um grande número de compostos ativos, incluindo flavonoides e terpenos (SINGH et al., 2008). O seu extrato é considerado uma substância antioxidante devido a atuação dos flavonoides, que possuem a capacidade de inibir a formação de radicais livres e também a atividade da xantina oxidase (BANOV et al., 2006). Com base no que foi exposto, o presente trabalho teve como objetivo geral avaliar a ação radioprotetora do extrato de Ginkgo biloba no cérebro de ratos Wistar expostos à RI. Foram utilizados métodos de dinâmica linear e não linear na análise dos registros da atividade elétrica cerebral.

ATUAÇÃO RADIOPROTETORA DO Ginkgo biloba NA ATIVIDADE ELÉTRICA CEREBRAL DE RATOS WISTAR EXPOSTOS A 18 GY DE RADIAÇÃO IONIZANTE