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Aegla parana têm distribuição na Bacia do Iguaçu. Com o objetivo de compreender o papel dos afluentes de menor ordem na estrutura populacional da espécie, um estudo sobre a distribuição das categorias demográficas foi realizado no leito principal do Rio Negro (afluente do Rio Iguaçu, no trecho dos municípios de Rio Negro, PR/ Mafra, SC) e no Rio Totó (afluente do Rio Negro). Cinco pontos de coleta foram estabelecidos ao longo do Rio Negro (72 m de largura e 5 m de profundidade no período mais chuvoso), e cinco no Rio Totó (largura variou de 10 cm na nascente a 6,20 m e profundidade de 5 cm na nascente e de 20 cm nos demais pontos). As coletas dos espécimes foram realizadas de set/17 a jul/18, com rede surber (duas pessoas por 1 hora) nos meses de menor período pluviométrico (set/out de 2017, abr/mai/jun/jul de 2018) e 10 armadilhas iscadas por ponto de coleta, deixadas a noite e retiradas pela manhã (exceto fev/mar de 2018, em que chuvas ocasionaram alagamento das margens). Foi obtido um total de 587 indivíduos: Rio Negro 202 espécimes com a carapaça (CC) variando de 6,90 50,25 mm CC, (média: 26,54 ± 9,76 e mediana 27,85), e Rio Totó -389 espécimes (4,92 26,45 mm CC), incluindo três fêmeas ovígeras (26,45 mm CC, 19 mm CC e 19, 39 mm). Todos os animais tiveram o comprimento da carapaça medido da ponta do rostro até o bordo posterior da carapaça. Foi comparado a variância dos comprimentos registrados nos diferentes pontos amostrais através do teste de krustal-wallis (p=1.26E-06) e teste de Dunn post hoc (ponto 1: nascente é ≠ de todas as outras, o ponto 2 é ≠ apenas do ponto 1; ponto 4 e 5 são ≠ dos pontos 1 e 3). Houve uma relação positiva entre a mediana do CC dos espécimes coletadas no Rio Totó e a distância da nascente: ponto 1: 7,45 ± 1,92 mm CC (mediana 7,34); ponto 2: 12,50 ± 6,78 mm CC (mediana 9,27); ponto 3: 9,64 ± 3,02 mm CC (mediana 8,87); ponto 4: 13,55 ± 6,68 mm CC (mediana 9,77); ponto 5: 10,41 ± 2,74 mm CC (mediana 10,17). Estes dados indicam que os espécimes juvenis (machos <23,15 mm CC e fêmeas<17,85 mm CC) estão distribuídas principalmente nos afluentes de menor ordem e indivíduos de maior CC (maturas sexualmente) no leito principal do Rio Negro indicando que a população realiza migrações ontogenéticas dos afluentes para o rio principal, que podem estar relacionadas com a arquitetura dos hábitats, qualidade alimentar, e estratégias reprodutivas, e o deslocamento para os afluentes com a proteção das fêmeas ovadas e dos juvenis.

livro de resumos do x congresso brasileiro sobre crustáceos

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS JUVENIS E ADULTOS DE AEGLA PARANA SCHMITT, 1942 (CRUSTACEA, DECAPODA, AEGLIDAE) NA SUB-BACIA DO RIO NEGRO, BACIA DO ALTO IGUAÇU, PR