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O Brasil destaca-se como grande produtor de frutas, incluindo frutas exóticas como o tamarillo (Solanun betaceum). O tamarillo apresenta cultivo crescente em algumas regiões do país e possui rica composição em fenólicos, com destaque para antocianinas. Ressalta-se, no entanto, que ainda são escassos estudos acerca da atividade antioxidante e antimicrobiana deste fruto e de seus co-produtos. O objetivo desse trabalho foi avaliar o teor de compostos fenólicos totais (CF) e as atividades antioxidante (AA) e antimicrobiana do fruto de tamarillo e de suas frações (polpa e resíduo), bem como o efeito da pasteurização da polpa sobre as variáveis de interesse. Os frutos de tamarillo, adquiridos na região serrana do Rio de Janeiro, foram selecionados, higienizados e processados em centrífuga Juicer para obtenção da polpa e do resíduo. Parte da polpa foi armazenada a -20 °C até as análises e outra parte foi pasteurizada (60 °C por 15 min.). O teor de CF foi determinado pelo método espectrofotométrico de Folin-Ciocalteau (Singleton et al., 1999). A AA foi avaliada pelos métodos espectrofotométricos FRAP (Benzie & Strain,1996) e TEAC (Re et al., 1999). Os resultados foram expressos em base seca. A atividade antimicrobiana foi determinada pelo Teste de Suscetibilidade aos Antimicrobianos (TSA) (Bauer e Kirby, 1966). Dentre as frações da fruta, foi observado maior teor de CF (g EAG/100 g) no fruto in natura (5,2 ± 0,01) quando comparado à polpa in natura (2,8 ± 0,09) e ao resíduo (1,0 ± 0,02). Consistentemente, a atividade antioxidante (TEAC; mmol trolox/100 g e FRAP; mmolFe/100 g) do fruto in natura (16,3 ± 0,09 e 1622,7 ± 5,1) foi maior quando comparada a polpa in natura (6,8 ± 0,06 e 12,0 ± 0,3) e ao resíduo (2,2 ± 0,07 e 747,0 ± 2,4). O tratamento térmico promoveu redução de 32%, 25% e 21%, respectivamente, no teor de CF e nos valores de TEAC e FRAP. Tal redução pode estar associada a termolabilidade dos compostos fenólicos que também impactou na redução da atividade antioxidante. Foi observado a formação de halos de inibição contra bactéria Gram negativa de 3 mm para a polpa in natura, 2 mm para o resíduo e não houve formação de halo de inibição para a polpa pasteurizada, indicando que o fruto do tamarillo não apresenta atividade antimicrobiana pelo método investigado. Por fim, nossos resultados demonstram o potencial do fruto de tamarillo como fonte de antioxidantes naturais e contribuem para estudos futuros acerca do desenvolvimento de produtos elaborados a partir do fruto tamarillo, bem como da investigação de sua bioatividade.

ATIVIDADES ANTIOXIDANTE E ANTIMICROBIANA DE POLPA E RESÍDUO DE TAMARILLO (Solanun betaceum)