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Mariana Mazzucato, professora de Economia da Inovação da SPRU, da Universidade de Sussex, apresenta nesse livro uma reviravolta no debate sobre o papel do Estado. Contesta a noção de um mercado autorregulador que não é suportado pelos exemplos históricos da origem do mercado e do seu desempenho nesse e no último século. Com base em Karl Polanyi, indica a visão de que é o Estado que permite a existência de um livre-mercado e acrescenta que o mercado está totalmente imerso no Estado que o engendra. Focaliza, em especial, o papel do Estado no que tange à inovação. Apesar de reconhecer que a inovação não é a principal atribuição do Estado, considera o papel de empreendedor do setor público, por meio de suas potenciais características inovadoras e dinâmicas como argumentos em favor da sua existência e de sua postura ativa. O livro subdivide-se em dez capítulos, sendo o último dedicado às conclusões da autora. Após a crise de 2007/2008, afirma a autora, algumas economias passaram a considerar que as estratégias adequadas perpassam pelo corte de programas do Governo e da diminuição de sua presença tornando as economias “mais competitivas” (embora seja preciso registrar a presença do Estado para combater a crise, em vários países afetados por ela). Em contrapartida, segundo Mazzucato, o que a história de novos setores ensina (sobretudo nos Estados Unidos, país modelo do Laissez Faire) é que somente depois que o Estado efetua os investimentos de alto risco (Knightian risk) é que as empresas privadas realizam sua entrada. Na maioria das vezes, esse ingresso do setor privado ocorre somente depois que o Estado já absorveu a maior parcela do risco e da incerteza inerente à formação desses novos setores. E as áreas de mais alto risco, compostas por alta intensidade tecnológica e de capital, além de elevado risco, tendem a ser evitadas pelas empresas privadas, necessitando tanto do financiamento do Governo quanto da visão e liderança do setor público. O intento da autora é confrontar a imagem popular do Estado como máquina burocrática com uma imagem bem distinta, que é a de um Estado líder em assumir riscos para o desenvolvimento da Economia, via geração de mudanças tecnológicas ou de suas bases. Portanto, descreve um Estado que desenvolve novas tecnologias, alicerça e respalda novas indústrias. É

Resenha - The Entrepreneurial State: Debunking Public vs Private Sector Myths